quinta-feira, 22 de março de 2012

O "palavrão"




Tem horas que não existe expressão melhor do que o uso daquelas palavras proibidas. Você pode até tentar substituir, mas nada se compara ao ato de soltar em alta voz um lindo e claro palavrão.

“Isso é muito bom!” não tem o mesmo peso de “Isso é foda!”
“Me dá essa merda!” não é a mesma coisa que dizer “me dá essa porra!”
“Puts grila” não tem o mesmo sentido de “Puta que pariu”

Até tentam substituir os palavrões: “Baralho”, “caraca”, “puts”...
Mas será que o fato de não dizer “caralho” ou “puta”, faz tanta diferença assim? A intenção não é a mesma??



Qual o problema com o palavrão?
Seria a falta de educação? A falta de etiqueta? A religião que proíbe a “palavra torpe”? O receio de manifestar algum tipo de raiva?

É interessante notarmos que os palavrões são palavras relacionadas ao sexo:
Caralho – pênis
Buceta – vagina
Puta – prostituta
Cu – ânus
Foda – ato sexual
Porra – sêmen

Então, falar sobre sexo é proibido? Ou melhor, falar sobre sexo é algo ruim?
Se considerarmos que, em nossa sociedade, o sexo “fora dos padrões” não é aceitável, podemos entender um pouco dessa resistência aos palavrões. E quando digo “fora dos padrões”, me refiro a coisas nem tão absurdas assim, mas que não podem nem ser citadas, pois, como os palavrões, devem permanecer em segredo, pois não são bem vistas!
E por falar em sexo, falar palavrão no meio da transa? Oh meu Deus, isso é vulgar! Só mulheres muito baixas fazem isso!

Mas quem nunca, num ato impulsivo, num momento de muita raiva ou dor, soltou um palavrãozinho, um “puta que pariu” na vida?
Muitos já me surpreenderam em momentos assim, a ponto de ficarem envergonhados/as depois!



Queridos/as, são apenas palavras! São expressões que manifestam nossos mais intensos e profundos sentimentos. E pensando assim, podemos considerar que é normal falar um palavrãozinho de vez em quando.

Claro que uma pessoa que fala mais palavrões numa frase do que qualquer outra palavra incomoda, mas pelo fato de não ter muito que dizer, não só pelos palavrões em si.

Portanto, de vez em quando, gente, tá liberado! Se permita!! Se liberte!!!
Vai ver como a sensação é deliciosa!!

E se você não gostou do texto, foda-se!  (Aaah que delícia!!!)


terça-feira, 20 de março de 2012

Meninas, mulheres e essa liberdade


A série Sex and the City foi um marco na vida das mulheres de 30, na década de 90.
Uma série que fala abertamente sobre sexo, e sobre a liberdade e a capacidade das mulheres de agirem como os homens: fazer sexo casual, transar no primeiro encontro, ter "fuck buddies".


Hoje, quando assisto a essa série, acho que ela já tá ultrapassada, e com alguns moralismos implícitos - com relação à homossexualidade, e à possibilidade de relações fora da monogamia. 


(Sem contar o fato de descrever a histórias de mulheres ricas e fúteis de New York que só pensam em moda e no próprio umbigo, mas isso não vem ao caso nesta discussão).


Mas mesmo já estando um pouco ultrapassado (já são 10 anos! as coisas mudam rápido), pra mim, é uma das melhores séries voltadas pra mulheres que decidiram se libertar dos padrões “femininos” (só fazer sexo com amor, não tomar a decisão pelo próprio corpo, trair apenas por vingança, etc).


São 4 mulheres acima dos 30 anos, bem-sucedidas, profissionais reconhecidas, cada uma com sua residência própria, que têm por crise essa contraditória luta entre se relacionar sem compromisso, e não ser julgada por isso, e procurar o príncipe encantado – que no fim da série, acaba passando essa ideia: todas as mulheres querem um príncipe encantado.
E com os dois filmes que saíram após o término da série, essa ideia da necessidade de um príncipe é legitimada, com exceção da Samantha, personagem ninfomaníaca, acima dos 40, que decidiu não ter um relacionamento fixo, apesar de tentar algumas vezes – inclusive o último, com um garoto bem mais novo, durou 5 anos.



Mas não quero ficar aqui fazendo sinopse da série, mas tentar entender as mulheres/meninas de hoje em dia.
Fomos educadas a esperar o príncipe encantado. Todas as histórias que ouvimos quando criança, nossas bonecas com seus pares, os brinquedos que são arquétipos de nossa vida como “dona do lar”, tudo nos prepara para ser feliz somente ao lado de um homem. Fora disso, não há felicidade.
E quando as meninas/mulheres tentam se libertar desse estereótipo, são rotuladas como “vadia”, “fácil”, e são aquelas que os homens/meninos aproveitam bastante, mas não são “pra casar”.
É tudo muito confuso!

O que venho observando é que as mulheres acima dos 30 ou já são casadas e com filhos, e aí focam toda a sua felicidade – além da questão profissional, que não é assim tão enfatizada, apesar de tudo – ou procuram marido.



As de 20 e poucos não sabem se curtem a vida – e isso quer dizer, não ter uma relação fixa e séria – ou se buscam ser as namoradas perfeitas com os namorinho sério, e chegam aos 30 querendo viver tudo o que perderam...

Que fique claro que não é nenhuma análise acadêmica, com dados certos baseados numa pesquisa séria. É só opinião pessoal, afinal, esse blog é pra expor as minhas opiniões, certo?

Mas sinceramente, tô preocupada com as meninas.
As mulheres já sabem o que querem, mesmo que pra mim o que elas querem não seja tão legal.
Mas as meninas, como é próprio da idade, estão muito confusas.
Até aí, tudo bem, é a fase de ser confusa mesmo. O problema é que essa liberdade toda, tá tirando toda a direção:

Pegar geral ou procurar o namorado perfeito?
Não ligar pro que dizem ou manter a imagem de boa menina?
Ser decidida, tomar iniciativa ou pagar de difícil e esperar eles chegarem?
Exigir proteção e parecer mandona ou ficar à mercê da decisão dele, com medo de perdê-lo?



Particularmente, não entendo bem essa dúvida.
Acho que sou segura demais com relação ao sexo oposto, e mesmo muito apaixonada, não era tão passiva assim.
Mas enfim, é isso que tenho visto nas meninas.
Espero que essa fase não deixe grandes consequências pra quando elas se tornarem mulheres.
Espero que toda essa liberdade não confunda ainda mais a cabecinha delas, e que elas não se preocupem tanto com o que vão dizer, porque como eu sempre repito, meninos/homens não gostam de mulheres decididas, eles têm medo delas, e sempre vão falar!

Como já dizia Balzac:
“uma jovem tem ilusões demais, é inexperiente demais e o sexo é cúmplice demais de seu amor, para que um rapaz possa sentir-se lisonjeado; ao passo que uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios a serem feitos”
(A mulher de 30 anos, p. 112) E não é que ele entendia de mulher?

Dedico esse post às minhas amigas de 20 e poucos...