Atenção: este não é um texto religioso. É uma reflexão.
Pensamentos soltos, opinião individual, questionamentos e (in)conclusões nada
acadêmicas, sem partir de uma fé específica.
Ambiguidade, dualidade...
Será que tudo se resume à dicotomia “bem e mal”?
Não somos todos formados pelo bem e pelo mal, o bom e o
ruim, o yin e o yang?
Somos seres ambíguos, contraditórios.
No mundo místico, bem e mal podem ser representados por anjos
e demônios.
Anjos são seres celestes, que cumprem as ordens de seu pai;
Demônios são seres infernais, que cumprem as ordens de seu
pai.
Ambos obedientes e dispostos a servirem seus líderes.
Ambos invejosos dos humanos.
Dois lados da mesma moeda.
Não são os demônios anjos caídos? Não são aqueles que
viveram nas regiões celestes e se rebelaram? Eles conhecem os dois lados.
Lilith, a primeira mulher criada por Deus, que não quis se
submeter e se tornou um demônio; ser que dá autonomia sexual às meninas e
destrói os homens;
Maria Padilha, a entidade ambígua, que dá o poder nas mãos
das mulheres sobre os homens e ao mesmo tempo as faz perder o controle sexual.
Um dia humanas, hoje seres espirituais; nem mal nem bem; ao
mesmo tempo mal e bem. Isso vai depender do ponto de vista.
Há um pouco de angelical e um pouco de demoníaco em cada um
de nós.
Não falo como religiosa. Falo como pensadora, refletindo
sobre nossos atos, desejos e impulsos. Estou usando símbolos, senso comum, uma
colcha de retalhos de várias tradições.
E penso que essa reflexão, essa descoberta é muito
interessante, principalmente como mulher.
Afinal, não nos ensinam a sermos esposas “santas na rua e
putas na cama”? Então por que não trocarmos para “anjas na rua e demônias na
cama”? Eu gostei disso!
Um pouco Anja, um pouco Demônia.